sexta-feira, 16 de julho de 2010

Como Ser Um Grande Escritor

       Curta-metragem produzido por Guilherme Petry, aluno de Publicidade e Propaganda da UFRGS, para o 17° Gramado Cine Vídeo (2009). Baseado no conto do mestre Charles Bukowski, o curta é rápido e sujo, ou seja, muito bom!



"Lembre-se: não existe um cu nesse mundo que vale mais do que cem pila"

terça-feira, 6 de julho de 2010

Defecando pela mente

       Ultimamente, perguntas sem respostas adornam meu cérebro transtornado por malícia e insanidade. Me questiono sobre o futuro do ser humano, e nunca chego a uma conclusão, nem mesmo perto de alguma. Amores platônicos, rancores recíprocos, ódio mútuo, padres pedófilos, enfim, uma porção de cartas fora do baralho. Será mesmo o Apocalipse? Os quatro cavaleiros estão mesmo descendo entre as nuvens? Os selos estão mesmo se abrindo? Não, não pode ser. Mas se não estamos vivendo o Apocalipse o que podemos tomar como resposta para o buraco tomado por bosta em que estamos se enfiando? Não sei, mas às vezes acho que o homem só não come merda porque não vem embalada.

       Não que eu queira ver a humanidade em paz e colhendo flores antes do café da manhã. Não teria graça alguma viver cercado de pessoas felizes fazendo sexo por amor. Só quero entender a mente do homem. Quero entender a minha mente fétida. Sei que nunca vou conseguir isso, mas essas perguntas me inquietam, fazem com que eu me debruce sobre uma mesa de bar e vomite até cair sem forças para me levantar.

       Queria escrever um livro sobre qualquer coisa, mas não sou bom o suficiente nem para uma marginália. Queria produzir um filme sobre prostitutas do leste europeu, mas não tenho dinheiro nem pra contratá-las, quem dirá filmá-las. Enfim, queria algo arrebatador, que fosse capaz de me tirar deste mundo de dúvidas inúteis. Enquanto não acho minha cura, continuo distraindo minha mente com pensamentos sacanas e carnais. Quem sabe uma noite de amor uma freira seja a solução? Sempre quis fazer isso, mas o mais perto que cheguei foi uma coroinha. Saudades daquele confessionário.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ed Motta e KL Jay - Black Man (Stevie Wonder)

Homenagem aos 60 anos de Stevie Wonder, completados no ultimo dia 13 de maio. Paguei um pau!

domingo, 4 de julho de 2010

Noite

       Tênis, calça jeans, uma camisa surrada e um moletom com o capuz cobrindo a cabeça. Ele era um dos poucos que se arriscavam a caminhar nas ruas tomadas pela noite gelada e silenciosa. Sem um destino em mente, andava a procura de alguma emoção. Acendeu um cigarro, e a fumaça se confundia com a neblina. Passos curtos e despretensiosos, afinal, não sabia exatamente seu destino, apenas caminhava sem direção. O fone de ouvido embalava seus pensamentos e reproduzia a trilha sonora daquela noite. Caminhando durante quase uma hora sem encontrar nada nem ninguém, parou em um botequim e pediu uma dose de whisky. Alguns minutos se passaram e quando pensava em ir embora teve seu silêncio particular interrompido por uma voz doce e que se misturava a um perfume envolvente.

- Me empresta o fogo? (ela)
- Claro! (ele)
- Muito obrigada. Posso me sentar aqui?
- Por favor. Fique a vontade.
- Prazer, meu nome é Clara.
- Prazer, Clara. Me chamo João.
- Mas me diga o que faz uma moça elegante como você em um boteco como esse numa hora dessas?
- Na verdade não programei vir para cá. Moro a duas quadras daqui, e saí para pegar um ar. Passei na frente, e resolvi parar e beber alguma coisa.
- Também saí sem rumo. A diferença é que estou caminhando a mais ou menos uma hora, ou seja, estou bem longe de casa. (risos)
- Pois então. Estou pensando em comprar um vinho, beber loucamente e depois transar a noite inteira. O que você acha?
- Acho uma ótima ideia. Só preciso comprar cigarro e então podemos ir.
- Tudo bem. Compre dois maços, fumo feito louca depois de transar.
- Ok.

E a noite seguiu gelada e silenciosa lá fora.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Uma vida em seis meses

       Lá se vai mais um semestre desses quase vinte e um anos de vida. Posso afirmar, sem dúvidas, que este foi um dos mais agitados, conturbados, decepcionantes, emocionantes, difíceis e felizes. Seis meses permeados por um misto de sensações boas e ruins. Eu, que nunca fui de me preocupar com as consequências de meus atos, nesses últimos meses acabei refletindo sobre algumas coisas.

     Entrei para o terceiro semestre de Jornalismo sem saber ainda se era isso mesmo que queria, porém, terminei - aos trancos e barrancos - com a sensação de dever cumprido e de que sim, é isso mesmo. Foda-se o fato de que dificilmente ficarei rico, ou o de que terei que trabalhar feito um puto para pagar minha dignidade. Sei que vou ouvir meu pai reencarnando Tim Maia e dizendo "eu bem que te avisei" quando me ver individado e sem grana, mas me apego no gosto pelo que faço, e pelo que farei, provavelmente, pelo resto da minha vida medíocre.

    Claro que o mar não se faz calmo diariamente, e assim como ele, esses últimos meses balançaram pra la e pra cá, trazendo também algumas decepções. Amigos que viram as costas quando você mais precisa, pessoas que te decepcionam quando você menos espera, parentes que te mandam a merda quando você acha que eles vão estar ali para te puxar do fundo do poço. Mas é com tudo isso que você aprende que a vida está aí pra testar sua coragem e inteligência. Por isso, quando achar que a unica saída e se internar dentro de um quarto ouvindo música fossa, pense o quão débil mental você está sendo e corra para o bar mais próximo para encher sua cara vadia de álcool. 

     Nessas duas décadas de vida - parece pouco mas não é, acreditem - acho que nunca tive um período tão ímpar como esse. Conheci novos lugares, novas pessoas, pessoas essas que se mostraram muito melhores do que pareciam ou piores do que demonstravam ser, e com tudo isso recriei conceitos e quebrei padrões que havia estabelecido há muitos anos.

     Depois de tudo isso, só uma coisa posso concluir com frieza e convicção: não me arrependo de nada do que fiz, por mais que às vezes pareça. Se arrepender é para os fracos, se orgulhe de tudo que você faz, repense, não cometa os mesmos erros, mas jamais se arrependa dos seus atos, sejam eles o mais podre e inútil possível.