quinta-feira, 1 de julho de 2010

Uma vida em seis meses

       Lá se vai mais um semestre desses quase vinte e um anos de vida. Posso afirmar, sem dúvidas, que este foi um dos mais agitados, conturbados, decepcionantes, emocionantes, difíceis e felizes. Seis meses permeados por um misto de sensações boas e ruins. Eu, que nunca fui de me preocupar com as consequências de meus atos, nesses últimos meses acabei refletindo sobre algumas coisas.

     Entrei para o terceiro semestre de Jornalismo sem saber ainda se era isso mesmo que queria, porém, terminei - aos trancos e barrancos - com a sensação de dever cumprido e de que sim, é isso mesmo. Foda-se o fato de que dificilmente ficarei rico, ou o de que terei que trabalhar feito um puto para pagar minha dignidade. Sei que vou ouvir meu pai reencarnando Tim Maia e dizendo "eu bem que te avisei" quando me ver individado e sem grana, mas me apego no gosto pelo que faço, e pelo que farei, provavelmente, pelo resto da minha vida medíocre.

    Claro que o mar não se faz calmo diariamente, e assim como ele, esses últimos meses balançaram pra la e pra cá, trazendo também algumas decepções. Amigos que viram as costas quando você mais precisa, pessoas que te decepcionam quando você menos espera, parentes que te mandam a merda quando você acha que eles vão estar ali para te puxar do fundo do poço. Mas é com tudo isso que você aprende que a vida está aí pra testar sua coragem e inteligência. Por isso, quando achar que a unica saída e se internar dentro de um quarto ouvindo música fossa, pense o quão débil mental você está sendo e corra para o bar mais próximo para encher sua cara vadia de álcool. 

     Nessas duas décadas de vida - parece pouco mas não é, acreditem - acho que nunca tive um período tão ímpar como esse. Conheci novos lugares, novas pessoas, pessoas essas que se mostraram muito melhores do que pareciam ou piores do que demonstravam ser, e com tudo isso recriei conceitos e quebrei padrões que havia estabelecido há muitos anos.

     Depois de tudo isso, só uma coisa posso concluir com frieza e convicção: não me arrependo de nada do que fiz, por mais que às vezes pareça. Se arrepender é para os fracos, se orgulhe de tudo que você faz, repense, não cometa os mesmos erros, mas jamais se arrependa dos seus atos, sejam eles o mais podre e inútil possível.

4 comentários:

Eduardo de Souza Rodrigues disse...

E agora desabafado, está pronto para viver mais um semestre. :D
É nós na turbulenta e agitada vida adulta!
Sem ter pra quem correr e sem ter com quem contar, mas é isso meu brother, pelo menos só nos restam os amigos!

Anônimo disse...

Magnífico post. Seria legal ver uma matéria sobre o Kid Abelha.

Jaque disse...

Incrível! Se começo a ler uma linha tua, só paro no útimo ponto da útima linha.

Anônimo disse...

paguei pau!

em certo momentos pareceu um lance meio pedro bial da marginália, isto foi um elogio do avesso ;-)
em todos momentos o texto representou o que vc é, fato.
abração.
Maikon K
www.vivonacidade.blogspot.com